quarta-feira, 19 de outubro de 2011

PM que denunciou corrupção no Esporte entrega lista com 15 novos nomes à PF

O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal João Dias Ferreira, que disse à revista “Veja” que o ministro dos Esportes, Orlando Silva, recebeu dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério, afirmou, após depoimento à Superintendência Regional da Polícia Federal do Distrito Federal na quarta-feira (19), que entregou uma lista com pelo menos 15 novos nomes de envolvidos no esquema, entre eles integrantes de ONGs e até mesmo políticos.
"Pessoas que eu descrevi como envolvidas diretamente e outras que tiveram participação indireta, mas têm pleno conhecimento dos fatos. O nome de qualquer pessoa infelizmente eu não posso dar, mas tem políticos e provavelmente está variando entre 15 e 20 pessoas", afirmou.

Foram quase oito horas de depoimento, no qual João Dias diz ter entregado novas provas à polícia. No entanto, ele afirmou não poder entrar em detalhes sobre o que foi dito porque o inquérito está sob sigilo.
"Eu entreguei alguns materias, provas, degravações e documentos que foram fraudados e emitidos pelo ministério do Esporte. (...) São relatórios feitos a pedido do ministério da forma que eles bem convém (sic). Eles produzem qualquer documento que satisfaça atender a necessidade da organização."
Mais cedo, o presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcante, afirmou que Orlando Silva deveria renunciar ou pedir licença do cargo para se defender das acusações de corrupção.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, informou que fará um pedido de abertura de inquérito ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas que ainda não está pronto porque o Ministério Público está determinando quais diligências deve pedir, além de aguardar alguns desdobramentos que devem ocorrer esta semana, entre eles o depoimento do policial João Dias Ferreira, autor das denúncias envolvendo Orlando Silva.

"Disseram que não importa provar, que já há a acusação. Como pode isso?"

Na terça-feira, Silva foi a uma audiência conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Turismo e Desporto da Câmara. Em pouco mais de três horas de depoimento, rebateu as denúncias e viu os oposicionistas fazerem desde um pedido de CPI até a sua defesa pública. Os líderes das siglas adversárias da presidente Dilma Rousseff evitaram questionar o ministro e pressionaram por um convite ao denunciante.
Nesta manhã, a oposição manobrou nesta quarta-feira (19) na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados e convidou Dias, que chegou a ser preso por suspeita de envolvimento com desvio de verbas do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. Também foi chamado o motorista Célio Soares Pereira, que teria levado ao comunista recursos públicos desviados, segundo “Veja”. A data do depoimento ainda não está marcada.

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